Foto: Thiago Gadelha / SVM
Na última terça-feira (5), o cinema e o audiovisual cearense ganharam novas janelas para o mundo. Em celebração à cultura local, o Governo do Ceará lançou oficialmente a plataforma de streaming “Siará+”: um espaço dedicado a ampliar o acesso da população às criações de produtores da cena audiovisual do estado.
Com assinatura gratuita, o serviço reúne um catálogo variado de produções cearenses — de documentários a ficções e animações — e contempla obras de cineastas como Armando Praça, Rosemberg Cariry, Karim Aïnouz, Leonardo Mouramateus, Bárbara Cariry, Petrus Cariry, Wolney Oliveira, Pedro Diógenes, entre outros.
Para te ajudar a navegar por essa jornada do audiovisual feito no Ceará, o Portal Miséria selecionou cinco obras imperdíveis que já estão disponíveis no catálogo da plataforma.
1. A Filha do Palhaço (2022)
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Classificação indicativa +16. Foto: Divulgação.
Nesta ficção dirigida por Pedro Diógenes, Joana, uma adolescente de 14 anos, vai passar uma semana com o pai, Renato — um humorista que se apresenta em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha precisarão conviver e, juntos, viverão experiências que transformarão profundamente suas vidas.
Gravado em Fortaleza e inspirado na trajetória do ator e artista cearense Paulo Diógenes, o longa chega agora ao streaming após conquistar diversos prêmios em festivais pelo Brasil, incluindo a Mostra de Cinema de Tiradentes, a Mostra de Cinema de Gostoso, o Cine Ceará, o For Rainbow e o Festival SatyriCine Bijou.
2. Um Jóquei Cearense na Coréia (2022)

Classificação indicativa +10. Foto: Divulgação
O documentário retrata a vida de Antonio Davielson, um jóquei cearense, que tenta alcançar o sucesso em sua carreira de Jóquei na Coréia do Sul. O longa mostra o dia a dia e os desafios enfrentados pelo jogador e pela sua família vivendo em um país estrangeiro do outro lado do planeta.
Lá do outro lado do mundo, Davielson virou fenômeno: venceu 82 provas em um único ano e conquistou o público, sendo eleito por voto popular como o melhor jóquei do país. Essa história de superação e de presença nordestina é contada pelas lentes de Guto Parente e Mi Kyung Oh.
3. Pequenos Guerreiros (2021)
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Classificação indicativa +10. Foto: Reprodução.
Diretamente de Barbalha, no Cariri cearense, Bárbara Cariry e Petrus Cariry contam a história do casal Cosme e Dona Maria, que viajam com o filho Benedito e os sobrinhos Matheuzinho e Bruna. A família parte do litoral rumo à cidade de Barbalha, onde pretende pagar uma promessa durante a tradicional Festa do Pau da Bandeira.
A jornada se transforma em uma descoberta das paisagens, das histórias e das riquezas culturais do sertão. As três crianças vivenciam um processo de encantamento, enquanto o público é convidado a embarcar numa ciranda de costumes, invenções e nas luminosas alegrias da infância.
4. Greta (2019)

Classificação indicativa +18. Foto: Divulgação.
Com direção de Armando Praça, a ficção acompanha a história de Pedro, um enfermeiro homossexual de 70 anos e devoto fã de Greta Garbo. Sua melhor amiga, Daniela, é uma artista transsexual que enfrenta graves problemas de saúde. Quando Daniela precisa ser internada, mas não encontra leito disponível, Pedro sequestra um paciente recém-chegado, Jean, e o abriga em sua casa. Nesse período, nasce entre eles uma relação de afeto e cumplicidade.
O longa conta com as atuações de Marco Nanini e Denise Weinberg, e foi reconhecido no Festival Ibero-americano de Cinema (Cine Ceará) como o melhor longa-metragem de 2019. Além disso, recebeu os prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator para Nanini.
5. A Jangada de Welles (2019)

Classificação indicativa +10. Foto: Divulgação.
Em 1942, o diretor estadunidense Orson Welles filmava no Brasil o documentário It’s All True (É Tudo Verdade), que retratava o carnaval carioca e os jangadeiros cearenses. Manuel “Jacaré”, líder desses pescadores, morreu acidentalmente durante as filmagens no Rio de Janeiro. Esse episódio evoca memórias do Estado Novo, da atribulada passagem de Welles pelo Brasil e da luta dos jangadeiros por direitos trabalhistas.
It’s All True é uma obra inacabada que ganhou status de lenda no cinema, marcada por controvérsias e dificuldades durante sua produção. O projeto buscava capturar a diversidade cultural do Brasil, revelando aspectos pouco conhecidos da vida e do trabalho dos jangadeiros do Ceará. Apesar de não ter sido concluído, o filme permanece como um símbolo da tentativa de diálogo entre o cinema americano e as realidades brasileiras da época.
Dirigido por Firmino Holanda e Petrus Cariry.

