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O curta aborda aspectos de complexidade em torno da construção da imagem de Benigna Cardoso, jovem sertaneja que, aos 13 anos, foi vítima de feminicídio no interior do Ceará em 1941. Foto: Divulgação.
O curta-metragem Vermelho de Bolinhas, dirigido pelo caririense Joedson Kelvin, foi um dos seis filmes brasileiros selecionados para exibição no Latam Short Film Festival, que teve início em, 1° de outubro deste ano. Até dia 31 de março de 2026, a obra será exibida em todos os voos nacionais da companhia aérea.
Além de ocupar as telas nos céus, a obra será exibida em uma sessão presencial e cerimônia de premiação, a ser realizada em 15 de dezembro, em Santiago, capital do Chile. O projeto tem como objetivo dar visibilidade aos talentos emergentes regionais e valorizar as histórias locais, que nesta edição, são voltadas ao Brasil e Chile.
Com o intuito de fazer uma nova leitura da imagem da Beata Benigna Cardoso, não somente aquela que foi consagrada apenas pela religiosidade oficial, mas especialmente a que vive na fé popular, o curta caririense reuniu ao longo de 2025 importantes reconhecimentos na área.
Entre eles, estão os títulos de Melhor Curta-Metragem no 35º Cine Ceará (Mostra Olhar do Ceará), na 14ª Mostra Ecofalante de Cinema (SP) e no 2º Cine Árido (RN), além de distinções específicas para roteiro e pesquisa, a exemplo do Prêmio Especial de Memória da Mostra Tarrafa 2025 (AL).
Desde sua estreia em janeiro, na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), Vermelho de Bolinhas, que também conta com roteiro de Renata Fortes, percorreu mais de 12 estados brasileiros. “O filme fecha um ciclo que é também afetivo e político. Levo comigo a imagem de Benigna como força viva, que me atravessa como artista, pesquisador e filho do Cariri cearense”, afirma Joedson Kelvin.
Curta foi filmado em Santana do Cariri. Foto: Divulgação.
Vermelho de Bolinhas
A ideia da obra cinematográfica surgiu a partir da inquietação de Joedson durante a graduação com a ausência de registros fotográficos originais da menina, tida como símbolo de pureza e fé popular. Gravado inteiramente em Santana do Cariri, o curta contou com mais de 85% da equipe composta por pessoas da cidade.
Ao longo da narrativa, elementos como o pote de barro, o vestido vermelho de bolinhas brancas ajudam a construir a história. Esses símbolos são tidos como os de Benigna e hoje estão presentes no cotidiano dos fiéis e na própria dinâmica do município.
Curtas selecionados para o festival
Brasil
- NAVIO – Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real
- O DESPERTAR DE AIYRA – Duda Rodrigues
- PASTRANA – Gabriel Motta e Melissa Brogni
- PIOINC – Alex Ribondi e Ricardo Makoto
- SAMBA INFINITO – Leonardo Martinelli
- VERMELHO DE BOLINHAS – Joedson Kelvin e Renata Fortes Monte Franklin
Chile
- CUARTO DE HORA – Nemo Arancibia
- LA CASA DE ARENA – Luis Vicente Fresno
- MARAHORO – Sofía Rodríguez Pizero
- PETRA Y EL SOL – Malu Furche y Stefania Malacchini
- ÜRSULA – Edison Cájas
- YAYA – Leticia Akel Escaráte
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