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Os melhores goleiros de todos os tempos
Agência Miséria
Foto: Pixabay/Pexels

Houve um tempo em que se dizia que onde o goleiro joga sequer nasce grama, tal a sina destes jogadores. Se isso foi verdade, não é mais, a grama, hoje em dia, parece intacta naquela região do campo habitada por estes seres capazes de operarem milagres.

Como qualquer outro desporto, o futebol também introduziu diferentes e modernas técnicas de treinamento e, em especial, para a posição de goleiro. É muito difícil, atualmente, eleger um melhor goleiro do mundo, pois os destaques são muitos e por todos os cantos. Mas se formos abranger toda a história do futebol, algumas lendas se sobressaem com certa facilidade.

Nas décadas de 1910 e 1920, quando jogar no gol era missão para titãs, o catalão Ricardo Zamora (Barcelona, 21 de janeiro de 1901 – 8 de setembro de 1978), é até hoje e sempre será considerado um dos maiores goleiros de todos os tempos. Durante sua extensa carreira de mais de 20 anos, ganhou os apelidos, verdadeiros títulos, de “El Divino” e “El Mago”, tal a magnitude de suas atuações. Em tempos pré-franquistas, Zamora se dizia “antes de tudo espanhol”, numa clara referência negativa ao separatismo catalão. Jogou pelo Espanyol, Barcelona, Real Madrid e Nice da França, clube no qual encerrou sua carreira. Qualquer aposta naquilo que poderíamos chamar de futdados, deve considerá-lo entre os maiores.

Avançando pelo tempo, encontraremos a figura majestosa de Lev Yashin (Moscou, 22 de outubro de 1929 – 20 de março de 1990), o “Aranha Negra”, apelido adquirido em razão de sua vestimenta toda preta. Yashin foi um revolucionário tanto no plano tático/comportamental, destacando-se como liderança dentro de campo, como em relação à sua atuação propriamente dita, foi Yashin o primeiro goleiro a deixar a pequena área na intenção de interceptar cruzamentos, como também o primeiro abuscar posicionamentos mais curtos para fechar o ângulo dos atacantes. Jogou toda a sua carreira profissional (1949/1970) pelo Dínamo Moscou. Foram quatro copas do mundo pela extinta União Soviética (1958/1962/1966 e 1970). Até hoje é o único goleiro a ser eleito como melhor jogador do mundo pelo France Football em 1963.

A história de Gordon Banks (Sheffield, 30 de dezembro de 1937 – Stoke-on-Trent, 12 de fevereiro de 2019) é marcada por três fatos que circulam entre o místico e o pitoresco; goleiro titular da Inglaterra na única conquista de um mundial, em 1966, a defesa mais difícil de todos os tempos – cabeceio de Pelé no confronto da Copa de 1970 -, a bem-humorada paródia em razão da segurança que ele proporcionava “safe as the Banks of England” (seguro como o banco da Inglaterra), e o incrível retorno à meta depois de um acidente que lhe tirou a visão do olho direito. Sua carreira ainda tem uma outra peculiaridade, foram vinte anos como profissional sem nunca atuar por um grande clube. Banks prezava mais valores emocionais que financeiros. Foi eleito o Goleiro do Ano pela FIFA em 1966, 1967, 1968, 1969, 1970 e 1971. Sobre a incrível defesa no cabeceio de Pelé, em 1970, diz a lenda que o genial zagueiro Bobby Moore teria dito para Banks: “você está ficando velho, Banksy, você costumava agarrar este tipo de bola”. Nada como o humor britânico.

Envergar a camisa da sua seleção por mais de 100 vezes, deve ser o sonho de qualquer jogador de futebol, envergá-la por 112 vezes, ser campeão mundial e, ainda por cima, consagrar-se como o jogador mais velho a conquistá-lo, é sonho realizado por poucos. Quem realizou este sonho foi o italiano Dino Zoff (Mariano del Friuli, 28 de fevereiro de 1942), em 1982, aos 40 anos de idade. Jogou pela Udinese, Mantova, Napoli e Juventus, clube no qual ganhou todos os títulos de sua carreira. Pela Azurra, Zoff foi campeão europeu em 1968, e mundial em 1982. Goleiro de extrema técnica e muita habilidade, notabilizou-se pelos longos períodos que ficava sem sofrer gols, detém, por exemplo, o recorde de maior invencibilidade em jogos internacionais: 1143 minutos sem tomar gol, entre 20 de setembro de 1972 e 15 de junho de 1974.

Não é sempre que um goleiro é eleito cinco vezes consecutivas o melhor do mundo. Pois foi isso que aconteceu com o espanhol Iker Casillas Fernández (Móstoles, 20 de maio de 1981), eleito em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), superando à época, gigantes como o italiano Gianluigi Buffon e o tcheco Petr Čech. Casillas atuou por 25 anos pelo Real Madrid, onde chegou aos 9 anos de idade. No Real conquistou 5 campeonatos nacionais, 3 Champions e um campeonato mundial interclubes. Pela seleção espanhola, foram duas Eurocopas, 2008 e 2012, e o mundial de 2010. Em 2015, Casillas encerrou sua longa trajetória pelo Real, transferindo-se para o Porto, clube no qual se aposentou depois de um infarto, em 2020. Um guarda-metas gigante.

Pois é, a grama permanece intacta nessa região habitada por seres capazes de operarem milagres.

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