
Papa Gregório X. Foto: Reprodução.
Os cardeais responsáveis por eleger o novo pontífice iniciaram, na última terça-feira (6), a tradicional reclusão total, durante a qual são proibidos de manter qualquer contato com o mundo exterior. O Conclave, como é conhecido, tem início oficialmente na quarta-feira (07), sendo encerrado apenas com a nomeação de um novo papa.
Nos últimos anos, a duração dos conclaves tem se reduzido consideravelmente, especialmente quando comparada aos processos do passado. Ao longo da história, houve conclaves que se estenderam por anos, enquanto outros foram concluídos em poucas horas.
Confira qual foi o conclave mais longo e o mais curto da história:
O mais longo
Após a morte do Papa Clemente IV, em 1268, os cardeais se reuniram na cidade de Viterbo, na Itália, para eleger seu sucessor. A cerimônia, iniciada em 29 de novembro daquele ano, ficou conhecida como o “Conclave de Viterbo” — e entrou para a história como o mais longo. Foram mais de três anos para escolher um novo pontífice.
Devido à demora excessiva, medidas drásticas foram tomadas para acelerar o processo. As portas do Palácio Papal de Viterbo foram trancadas, a cobertura do edifício foi removida e as refeições dos cardeais foram progressivamente reduzidas, além do corte de seus salários.
A pressão parece ter funcionado: em 1º de setembro de 1271, foi eleito o papa Gregório X.
Foi esse papa quem instituiu as primeiras regras formais para o processo de eleição, oficializando o uso da palavra “conclave”, que permanece em uso até os dias atuais.
O mais curto
O conclave mais rápido da história ocorreu em outubro de 1503. Após a morte do Papa Pio III, que havia exercido o pontificado por apenas 27 dias, os cardeais se reuniram novamente para eleger um novo papa.
Devido ao forte apoio político e à grande influência do cardeal Giuliano della Rovere, a decisão foi tomada em apenas 10 horas. Ele foi escolhido quase por unanimidade e proclamado Papa Júlio II. A escolha rápida refletiu o consenso da Igreja sobre a necessidade de estabilidade institucional naquele momento.

Retrato do Papa Júlio II. Foto: Reprodução
O processo atualmente
Durante o pontificado de Paulo VI, na década de 1970, foi estabelecido o limite máximo de 120 cardeais eleitores em cada conclave, com o objetivo de tornar o processo mais ágil. No século XX, as eleições de cinco papas ocorreram em conclaves que não ultrapassaram cinco dias de duração. Esse padrão refletiu na agilidade de tempo dos conclaves seguintes: a média dos últimos dez conclaves foi de 3,2 dias. A eleição mais recente, que escolheu Jorge Mario Bergoglio (o Papa Francisco), foi ainda mais rápida, concluída em apenas dois dias.
Tradicionalmente, o conclave só se inicia 15 dias após a morte de um papa. No entanto, o Papa Bento XVI alterou essa regra ao permitir que, com o consenso dos cardeais, a reunião possa começar antes. Também é possível adiar a abertura, caso haja justificativa para isso.