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O filme que te fez rir (em vez de gritar) com o Ghostface; Relembre o clássico que parodiou uma era
Mas então, no ano 2000, surgiu um antídoto, uma comédia que pegou todos os nossos medos e os transformou em uma gargalhada catártica.
Portal M1
Foto: Reprodução

No final dos anos 90, o cinema de terror vivia uma nova era de ouro. Filmes como Pânico nos ensinaram a temer o telefone e a desconfiar de todos ao nosso redor, criando uma geração inteira que olhava por cima do ombro. O assassino mascarado Ghostface se tornou um ícone do medo. Mas então, no ano 2000, surgiu um antídoto, uma comédia que pegou todos os nossos medos e os transformou em uma gargalhada catártica. O clássico todo mundo em panico não apenas parodiou um filme; ele parodiou uma era inteira, e agora está disponível para ser relembrado de graça.

Desconstruindo o medo: a comédia do absurdo

A grande sacada de Todo Mundo em Pânico foi entender a anatomia do terror slasher e desmontá-la peça por peça com a ferramenta mais eficaz de todas: o ridículo. Onde Pânico era inteligente e autoconsciente sobre as regras do terror, este filme chutava o balde e transformava as regras em piada. O Ghostface, que antes era uma figura de puro suspense, tornou-se um assassino trapalhão.

Ele tropeçava, atendia o telefone com um “Wazzup!” chapado, entrava em discussões banais com suas vítimas e, no geral, parecia mais um adolescente entediado do que uma força do mal. O filme quebrava a tensão a cada cinco segundos com algo completamente inesperado e absurdo. A faca ameaçadora era substituída por objetos aleatórios, e as perseguições terminavam com uma gag física digna de um desenho animado. Ele nos deu permissão para rir daquilo que, na noite anterior, nos fez trancar a porta com medo.

Uma cápsula do tempo da cultura pop do final dos anos 90

Reassistir ao filme hoje é como abrir uma cápsula do tempo. A paródia não se limitou ao gênero de terror. A produção é uma metralhadora de referências a tudo o que era popular na virada do milênio, o que a torna um documento histórico hilário daquela época.

A famosa cena de luta em câmera lenta parodiando Matrix, a confissão chorosa com o nariz escorrendo de A Bruxa de Blair, a reviravolta final que homenageia (e ridiculariza) Os Suspeitos… tudo estava lá. O filme não pedia licença para fazer piada com os maiores sucessos de bilheteria do momento. Assistir a todo mundo em panico é embarcar em uma viagem nostálgica, não apenas para os filmes que ele satiriza, mas para toda a atmosfera cultural que os cercava.

O elenco que entendeu a missão

Uma paródia tão exagerada só funciona se o elenco abraçar a loucura, e os atores aqui entenderam a missão perfeitamente. Anna Faris, em seu papel de estreia como a protagonista Cindy Campbell, foi uma revelação. Seu grande talento foi interpretar a personagem de forma quase séria, como se ela realmente estivesse em um filme de terror, o que tornava o caos ao seu redor ainda mais engraçado.

Mas foram os coadjuvantes que se tornaram lendários. Regina Hall como Brenda, a amiga que não tem paciência para os clichês de filmes de terror (e que protagoniza uma das cenas mais icônicas dentro de um cinema), e Marlon e Shawn Wayans, como os irmãos chapados, trouxeram uma energia anárquica que se tornou a marca registrada da franquia. Eles não estavam apenas atuando; eles estavam se divertindo, e essa energia contagiava o público.

O legado inesperado: a impossibilidade de ver o original da mesma forma

Talvez o maior legado do filme seja o efeito permanente que ele teve em nossa percepção dos filmes originais. Depois de assistir a Todo Mundo em Pânico, é quase impossível rever Pânico sem dar uma risadinha interna em algumas cenas. A sátira foi tão eficaz que se infiltrou no DNA do original.

Ele deu início a uma franquia de sucesso e revitalizou o gênero de filmes de paródia para uma nova geração, seguindo os passos de clássicos como “Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!”. Mais do que isso, ele nos mostrou que o riso pode ser uma forma poderosa de exorcizar o medo. Ele pegou o monstro que nos assombrava e o transformou em um palhaço, e por essa catarse, ele sempre será um clássico.

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