Foram identificadas condições precárias de higiene, com ambientes sujos e colchões no chão. | Foto: Reprodução
Um homem foi resgatado de uma situação de cárcere privado em uma clínica terapêutica localizada no município de Barbalha, durante uma ação realizada na última quinta-feira (18) pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Na operação, dois homens, de 26 e 36 anos, apontados como responsáveis pela unidade, foram presos em flagrante.
A intervenção policial ocorreu após solicitação de apoio do Ministério Público do Ceará (MPCE), que acompanhava uma investigação sobre denúncias de maus-tratos e restrição ilegal da liberdade de pacientes atendidos no local. O órgão solicitou o cumprimento de mandado de busca, durante o qual as equipes constataram a situação de flagrante delito.
No interior da clínica, os policiais encontraram internos mantidos sob vigilância e um dos pacientes estava trancado em um cômodo isolado, caracterizando o cárcere privado. Além disso, foram identificadas condições precárias de higiene, com ambientes sujos, colchões no chão e fiação elétrica exposta.
Duas pessoas foram presas
Diante dos fatos, dois representantes da instituição foram detidos. O homem de 36 anos possui antecedentes por crime contra a administração pública e tráfico de drogas, tendo sido preso anteriormente por este último delito, no mês de fevereiro deste ano. O outro suspeito, de 26 anos, também foi autuado. Ambos responderão pelo crime de sequestro e cárcere privado qualificado.
O paciente resgatado recebeu atendimento inicial e foi encaminhado de forma provisória a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município. Posteriormente, ele retornou ao convívio familiar, acompanhado da mãe.
Desdobramentos do caso
Segundo informações do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Barbalha, cerca de 40 pessoas eram atendidas pela clínica. Após a ação, a Secretaria de Assistência Social do município iniciou contato com as famílias dos internos, em articulação com o MPCE, para informar sobre a situação encontrada no local. Aproximadamente dez pacientes já retornaram para suas famílias.
Apesar das irregularidades constatadas, a clínica não foi interditada até o momento. A instituição assinou um termo de responsabilidade para manter os pacientes remanescentes até que as famílias decidam sobre a permanência ou transferência. Uma vistoria da Vigilância em Saúde ainda será realizada, e a eventual interdição dependerá do resultado da inspeção.
As investigações continuam sob responsabilidade da Delegacia de Polícia Civil de Barbalha.

