Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. (Foto: Rogério Brito/ Site Miséria)
As fortes chuvas que banharam Juazeiro do Norte na última semana provocaram, além de alagamentos e prejuízos a comerciantes, novas discussões sobre polêmico empréstimo de 80 milhões de dólares a ser contraído pela prefeitura de Juazeiro do Norte. Isso porque o recurso, caso seja captado, deve ser utilizado exclusivamente na macrodrenagem do município.
A discussão foi levantada por líderes comunitários do bairro Lagoa Seca, que sofre com constantes alagamentos até em ‘chuvas fora de época’. Eles foram à Câmara Municipal cobrar ações urgentes que resolvam esse problema histórico. “A gente vai ficar em cima. Vamos colocar as indiferenças e as diferenças no bolso e ser mais solidários”, disse uma empresária em apelo aos poderes Legislativo e Executivo.
O trâmite para captação do recurso, que foi iniciado ainda na gestão do ex-prefeito Arnon Bezerra (PDT), em 2019, segue travado. Após a aprovação no Senado Federal, a Câmara Municipal aprovou, em setembro passado, projeto que revoga a contração do recurso. As discussões reúnem personagens que, em 2019, se posicionavam contra o empréstimo, mas hoje são a favor, e vice-versa.
“Eu fui favorável em 2019, como sou até hoje favorável, mas eu não confio nele [o prefeito Glêdson Bezerra] para executar o projeto porque ele mente”, afirmou o vereador Capitão Vieira Neto (PTB), autor da matéria que revogou a captação do empréstimo. Ele reforçou que Glêdson, quando vereador, se posicionou contra e chegou a classificar o empréstimo como “uma aberração”. “Nenhum vereador é contra, mas precisamos conhecer o projeto”, afirmou durante a sessão ordinária desta quinta-feira (10).
Já o vereador Ivanildo Rosendo (DC), que compõe a base de Glêdson na Câmara, pontuou que o prefeito mudou de opinião e “está vendo que hoje o projeto é interessante para Juazeiro”. “Na gestão anterior, quatro parlamentares foram contrários. O vereador muda de opinião rápido demais. Se o prefeito errou e na época não viu da maneira que deveria ser visto o projeto, hoje ele está vendo que é interessante”, disse Rosendo.

