Mesmo após 3 anos de governo Bolsonaro, Capitão Wagner tem se demonstrado um aliado fiel do presidente. Na cerimônia de liberação das águas do rio São Francisco, na manhã desta terça-feira (8), em Jati, o deputado federal proferiu elogios ferrenhos ao líder do executivo nacional. “Estadista”.

Capitão Wagner parece não se intimidar com as pesquisas de opinião pública que, ao mesmo tempo que o mostram como atual preterido da população cearense para o cargo de governador, revelam uma alta rejeição ao presidente Jair Bolsonaro e seu governo.

“São muitos feitos do governo federal. E eu queria deixar muito claro, como já tenho deixado já há um tempo, que a gente vai defender sim os feitos do governo federal, as obras entregues, os benefícios que o governo federal tem feito não só no estado do Ceará, mas em todo o Brasil. Espero que esse ano, que é um ano que as pessoas vão poder fazer suas escolhas, essas escolhas sejam feitas baseadas em argumentos”, disse Wagner em Jati.

“Presidente, o senhor tem a capacidade de mobilização que nenhum político do Brasil tem. Que o senhor use essa força, que o senhor use essa capacidade de mobilização e de militância para divulgar todos os feitos do governo federal, que aí em outubro fica muito mais fácil”, completou Wagner.

Uma pesquisa do Instituto Opnus, realizada em parceria com o jornal O Povo, divulgada no último mês de dezembro, mostrou que o presidente Jair Bolsonaro tem 25% de aprovação entre os cearenses, enquanto a desaprovação chega a 73%. 2% não souberam ou não responderam, de acordo com o instituto.

A última pesquisa sobre a intenção de voto do eleitorado cearense para o cargo de governador foi realizada em setembro de 2021, pelo Instituto Paraná Pesquisas. Capitão Wagner liderou todos os cenários. Oscilou entre 42,6% e 44,9%, a depender dos nomes mencionados. O mesmo levantamento apontou 66,5% de desaprovação a Bolsonaro.

Wagner tem aproveitado o frisson gerado pela briga de alas do PT cearense com a oligarquia FG para se firmar na cena. Neste caso, reafirmando sua presença na direita cearense. O capitão aposta no desgaste da esquerda no estado, juntamente com iniciativas do governo federal no Ceará, para fortalecer seu palanque. A esperança de ter o MDB de Eunício Oliveira ainda está mantida.

Eunício, por sua vez, reafirma a cada amanhecer sua lealdade a Lula. Capitão Wagner não se importa. Quer ser governador. Deve se preparar para as tentativas de associá-lo às polêmicas do governo de Jair Bolsonaro. O parlamentar tenta, ao máximo, aproveitar a máquina federal, aliada ao sentimento de insegurança diante da criminalidade. O militar acredita que a maré estará boa para si no pleito de outubro.

Assista a fala de Capitão Wagner a partir do minuto 6:24

https://www.youtube.com/watch?v=YjWMv2ui_qk