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Várzea Alegre: mulher que denunciou vereador por tortura quebra o silêncio e pede justiça: “continua solto”
Suani Dias fez um desabafo em suas redes sociais relatando traumas e sequelas do ocorrido.
Rogério Brito
Suani e Maiko do Chapeú - Fotos: Reprodução

A fisioterapeuta Suani Dias, que denunciou o vereador Maiko de Morais Costa, conhecido como Maiko do Chapéu (MDB), de Várzea Alegre, quebrou o silêncio nesta quarta-feira (2) e pediu justiça pela agressão que sofreu. Ela fez um desabafo em suas redes sociais relatando traumas e sequelas do ocorrido.

“Foram horas de tortura. Minha roupa rasgada. Faca nas minhas partes íntimas. Socos e enforcamento”, disse Suani em vídeo publicado em seu perfil. Ela afirmou que foi queimada com bitucas de cigarro e que, desde o crime, precisa tomar remédios para conseguir dormir. “Enquanto ele solto, como se nada tivesse acontecido”, declarou.

O caso ocorreu em dezembro de 2024, quando os dois já estavam separados. Segundo denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Suani havia se encontrado com Maiko para celebrar sua diplomação, no dia 18 daquele mês. Ela adormeceu após consumir bebidas alcoólicas e, ao acordar, flagrou o vereador mexendo em seu celular.

Ele tentou descobrir se ela havia saído com outro homem, arremessou o celular no chão e deu um tapa em seu rosto. Em seguida, a enforcou e a jogou na cama várias vezes. Conforme laudo pericial, Suani apresentava hematomas em diversas partes do corpo, queimadura de primeiro grau e inchaço na cabeça.

Em uma tentativa de fuga, ela saiu da casa, mas foi perseguida e forçada a retornar. No banheiro, segundo a denúncia, o vereador, com uma faca em mãos, rasgou sua camisola e calcinha, e exigiu que ela se ajoelhasse para dizer o que tinha ido fazer na Paraíba. A vítima conseguiu escapar pulando a janela do banheiro, ainda nua, sendo socorrida por outra mulher que a cobriu com um lençol.

Em fevereiro deste ano, a Justiça do Ceará aceitou a denúncia do MP e Maiko do Chapéu virou réu pelos crimes de tortura, lesão corporal de natureza grave, ameaça e violência doméstica. O processo tramita em segredo de Justiça. Ele também chegou a ser afastado por 60 dias pela Câmara Municipal, após decisão do Conselho de Ética, mas já retornou ao cargo.

Na época, a defesa de Maiko declarou que sua inocência será comprovada ao longo da instrução probatória, por meio de provas documentais, periciais e testemunhais, e afirmou que ele confia na Justiça.

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