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Vereador de Mauriti tem mandato cassado por compra de votos e fica inelegível por 8 anos
De acordo com a decisão, Francisco Auricélio Vieira prometeia dinheiro e cirurgia em troca de votos
Yanne Vieira
Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (5), o mandato do vereador diplomado, Francisco Auricélio Vieira (PDT), de Mauriti, foi cassado pela Justiça da 76ª Zona Eleitoral do Ceará. A ação foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral pela prática de corrupção eleitoral, referente à compra de votos. Além da cassação do mandato, a Justiça também determinou que o parlamentar fique inelegível por oito anos, a contar das eleições de 2020.

De acordo com o Ministério Público do Ceará ( MPCE), a ação foi assinada no ano 2021 pelo então promotor eleitoral da 76ª ZE, Leonardo Marinho de Carvalho Chaves. Conforme a decisão judicial, pelos depoimentos das testemunhas, o vereador havia prometido vantagens a José Adeon Paixão e Maria Moreno Paixão, “consistente em realizar procedimento cirúrgico na filha deles”.

A decisão ainda aponta que os indícios “reforçam ainda mais o conjunto probatório, as diversas cópias de documentos de eleitores encontrados pela polícia na residência de Francisco Auricélio Vieira, consistentes em cópias de RG’s, títulos eleitores e comprovantes de residência, totalizando somente aqui o nome de quase 100 pessoas, desconsiderando a relação entregue por José Adeon Paixão”.

Ainda segundo o MPCE, ante a promessa, os pais da criança reuniram dezenas de eleitores para votar em Francisco Vieira, fato que foi considerado pelo Ministério Público Eleitoral como corrupção eleitoral, conduta vedada no Art. 41-A da Lei 9.504/97, além de ser considerado crime eleitoral previsto no Art. 299 do Código Eleitoral, prática que agora foi reconhecida e condenada pela Justiça Eleitoral.

Uma perícia realizada pela Polícia Federal em aparelho celular do candidato revelou inúmeras conversas mantidas pelo mesmo e diversos eleitores em evidente negociação de compra de votos. Segundo a decisão judicial, “também os diversos diálogos travados entre o representado e terceiros, extraídos de seu celular, trazem à tona conversas que sugerem compras de votos, inclusive, em um deles, Francisco Auricélio diz que ‘gastou fortunas e quer saber dos seus votos’”.

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