Na última quarta-feira (20), a vereadora Luciana Soares Barbosa Rolim, a Dra. Luciana (PDT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Várzea Alegre para mostrar a situação em que se encontra a capela do São Caetano, patrimônio histórico do Ceará, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Localizada no distrito de Naraniú, às margens da CE-060, distante 15km da sede do município, a capela foi construída na segunda metade do século XVIII, em 1762. A igreja, em estilo barroco, foi tombada como Patrimônio Cultural do Estado do Ceará pelo IPHAN em 18 de abril de 2005. A última restauração do equipamento aconteceu no ano seguinte, em 2006. Ou seja, há 16 anos.

De acordo com a parlamentar, a capela está fechada, pois parte do teto desmoronou. “Apresentei requerimento para que seja informado ao IPHAN e à Secretaria de Cultura, tendo em vista que as intervenções nas suas estruturas físicas só poderão ser realizadas com a autorização do instituto. Pedi urgência, pois estamos em um período de fortes chuvas, o que poderá causar maiores danos à capela”, disse a vereadora.

Interior da Igreja São Caetano, em Várzea Alegre-CE (Foto: Divulgação)

Ainda segundo a parlamentar, com o fechamento da capela, as missas de corpo presente e demais celebrações estão sendo realizadas no interior do cemitério da comunidade.

A vereadora chama atenção ainda para a aproximação dos festejos alusivos ao padroeiro São Caetano, que acontecerão em agosto. “A comunidade vai ter que procurar uma alternativa”, conta.

A vereadora explica que tem procurado, junto à Assembleia Legislativa do Ceará, manter um contato para cobrar o IPHAN. “Esse é o nosso papel como legislador, de levar ao conhecimento dos órgãos do poder executivo municipal e estadual, as demandas das comunidades. A situação da capela de São Caetano não seria diferente, ainda mais por sua importância como patrimônio histórico do Ceará”, finaliza a parlamentar.

Capela fechou as portas antes de ser tombada

Marilene Elias Correia, coordenadora da capela há mais de 12 anos, relembra que a igreja precisou ser fechada em 2004 pelo mesmo motivo. Na época, o local era coordenado pela mãe, afinal, o trabalho voluntário é passado de geração em geração.

Segundo a coordenadora, o estrago foi ainda maior naquele ano após as fortes chuvas no distrito. “Os fieis têm o mesmo medo que a gente teve em 2004. Passamos muito tempo fechados”, diz. Em relação a situação atual, Marilene lamenta. “Uma tristeza muito grande para os fieis”.