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Em um ano, Ceará emitiu quase 23 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera
Os maiores responsáveis por esse índice são os setores de energia, com 36% das emissões e a agropecuária com 32%
Yanne Vieira
Emissões de CO2 (PA/BBC)

Ocupando o 19º lugar entre os estados brasileiros que mais emitem gases poluentes, do carbônico ao metano, na atmosfera, o Ceará totaliza 22.943.399 milhões de toneladas de emissões brutas apenas no ano de 2020. Os maiores responsáveis por esse índice são os setores de energia, com 36% das emissões e a agropecuária com 32%. Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima.

De acordo com o sistema, o número de emissões no estado é o menor desde 2002, quando as emissões chegaram a 22 milhões de toneladas do gás CO2 (MtCO2e). A remoção do gás poluente chegou a 8 milhões de toneladas em 2020.

Energia

Em 1990, o setor de energia no Ceará foi responsável pela emissão de 2 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, aumentando em 1 tonelada até o ano de 2004. Em 2019, o número saltou para 12 milhões de toneladas.

De acordo com as estimativas, quase 90% das emissões são divididas entre os setores de transporte (43,3%) e a geração de eletricidade do serviço público (42,6%). Apenas 6,5% das emissões são provenientes do setor residencial, 3,2% agropecuário, 2,9% industrial e 1,2% da produção de combustíveis.

O diesel de petróleo emitiu, em 2020, 360.112,5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, enquanto o óleo a diesel registrou emissões de 4. 764,2 MtCO2e.

Uso da Terra

Em 1990, as emissões relacionadas ao uso da terra chegaram a 29 milhões de toneladas, e foram diminuindo consideravelmente nos últimos anos. Em 2004, as emissões chegaram a 14 MtCO2e e em 2020 o número baixou para 2 milhões de toneladas. O índice pode ser associado à uma transição do uso da terra para atividades relacionadas à agropecuária.

93,2% das emissões de CO2 foram oriundas das alterações de uso do solo e apenas 6,8% são de resíduos florestais.

Agropecuária

O setor da agropecuária se manteve estável durante o período de 1990 a 2020, com altas emissões. Em 1990, as emissões do setor chegaram a 8 milhões de toneladas, em 2004, o número baixou para 7 MtCO2e e se manteve em 2020.

De acordo com as estimativas, 66,0% das emissões estão relacionadas diretamente à atividade de fermentação entérica, enquanto 21,8% são ligadas aos solos manejados, 12,1% em atividades de manejo de dejetos animais e apenas 0,2% associadas ao cultivo de arroz.

Das atividades que mais emitem CO2, estão, a produção de gado de corte com 3.269.561,9 milhões de toneladas, seguido do gado de leite, com 1.885.247,2 MtCO2e, outras fontes de emissões como suínos, ovinos e caprinos oscilam entre 743.938,7 e 249.702,4 milhões de toneladas.

Resíduos

O setor de resíduos triplicou as emissões de CO2 nos últimos 30 anos. Em 1990, o setor foi responsável pela emissão de 1 milhão de toneladas do gás poluente, e em 2004, o número saltou para 2 MtCO2e. Já em 2020, o número chegou a 4 milhões de toneladas.

O Seeg aponta que 66,2% das emissões foram relacionadas aos resíduos sólidos e 33,8% relacionadas ao tratamento de efluentes líquidos.

Indústria

Acompanhando o processo de industrialização, desde a década de 90 até o ano 2004, o setor da indústria teve um total de zero emissões de CO2, mas em 2020, o número subiu para 1 milhão de toneladas. 100% dessas emissões estão associadas à produção de produtos minerais.

Impactos

A emissão de gases poluentes é um dos principais fatores que influenciam o aquecimento global, o CO2, por exemplo, é responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, e pode permanecer na atmosfera por centenas de anos. Os impactos desse acúmulo de gases resultam nos extremos climáticos, como alterações constantes no clima, aumento no nível do mar, enchentes, ondas de calor, além de impactos sociais e econômicos.

 

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