Foto: Editora Cepe
Neste sábado (20), a editora Cepe lança o livro “Benjamin Abrahão: entre Padre Cícero e Lampião”, do escritor e historiador recifense Frederico Pernambucano de Mello. A obra revela a trajetória de Benjamin Abrahão, que foi secretário particular de Padre Cícero Romão Batista e o responsável pelas imagens históricas de Lampião e seu bando de cangaceiros.
O autor, especialista na história do Cangaço, reúne neste trabalho quase cem fotografias e resgata a biografia de Benjamin a partir de fontes variadas, como livros, jornais, revistas, documentos e entrevistas. Dentre as entrevistas mais marcantes, estão as realizadas com os cangaceiros Manoel Dantas Loiola (Candeeiro) e Sérgia Ribeiro da Silva (Dadá).
O livro começa com a chegada de Benjamin ao Recife, em 1915, fugido do alistamento militar e vindo da Síria, então marcada pela violência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Em 1916, viajou para a cidade de Rio Branco (hoje Arcoverde). Durante essa viagem, ao ver romeiros a caminho do Ceará, decidiu se estabelecer em Juazeiro do Norte, onde se aproximaria do Padre Cícero.
Em Juazeiro, Benjamin se tornou um comerciante bem-sucedido e, por um convite, passou a ser o secretário particular do Padre Cícero. Essa relação íntima com o sacerdote o colocou em contato com figuras históricas e eventos que marcaram a região, como a evolução política de Juazeiro, a passagem da Coluna Prestes pelo sertão e os movimentos de Lampião.
Após a morte de Padre Cícero, em 1934, Benjamin se dedica a documentar o mundo do cangaço, capturando imagens e filmagens de Lampião e seu bando enquanto se deslocavam pelo Nordeste. Seu trabalho se tornaria lendário e, com um bilhete carimbado de Lampião, Benjamin ganhou reconhecimento como o primeiro a filmar o temido cangaceiro.
“O livro reconstrói a incrível trajetória de um comerciante incansável e talentoso, que parece ter sempre esbarrado com os grandes eventos históricos do Nordeste nos anos 1920 e 1930 — por acaso ou pelo seu aguçado tino. Esse é um livro essencial para se entender o Nordeste e o cangaço do período”, destaca Diogo Guedes, editor da Cepe.

