No total, 121 pessoas morreram durante a ação, incluindo 117 suspeitos e quatro policiais. | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O Governo do Rio de Janeiro concluiu o processo de identificação dos suspeitos mortos na megaoperação “Contenção”, realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. No total, 121 pessoas morreram durante a ação, incluindo 117 suspeitos e quatro policiais.
Segundo a Polícia Civil, 115 dos 117 suspeitos foram identificados até o fim do domingo (2). Os outros dois casos tiveram perícias inconclusivas. O relatório divulgado pela corporação indica que mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do estado.
Perfil dos mortos: 54% eram de fora do Rio
O levantamento revela ainda que 62 dos mortos vieram de outros estados brasileiros, representando 54% do total. Os suspeitos eram naturais de 11 unidades da federação, distribuídos da seguinte forma:
- Pará: 19
- Bahia: 12
- Amazonas: 9
- Goiás: 9
- Ceará: 4
- Espírito Santo: 3
- Paraíba: 2
- Maranhão, Mato Grosso, São Paulo e Distrito Federal: 1 cada
Um relatório da própria Polícia Civil aponta que o Rio de Janeiro abriga atualmente chefes de organizações criminosas de 11 estados, vindos de quatro das cinco regiões do país — o que reforça, segundo o governo estadual, a presença nacional do Comando Vermelho.
Históricos criminais e mandados de prisão
Dos 117 mortos, 97 apresentavam históricos criminais relevantes, e 59 possuíam mandados de prisão em aberto. Já os 17 restantes não tinham registros criminais anteriores.
Contudo, segundo a corporação, 12 desses 17 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico de drogas, com base em postagens e interações em redes sociais. Outros cinco nomes não tiveram qualquer relação comprovada com atividades criminosas até o momento.
A Polícia Civil classifica os mortos no relatório como “neutralizados”, expressão adotada para designar suspeitos alvejados durante confronto.
Líder do CV continua foragido
O principal alvo da operação, Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, apontado como líder do Comando Vermelho, segue foragido, seis dias após a ação. Ele seria o responsável por coordenar o tráfico de drogas nos complexos do Alemão e da Penha.

