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Pesquisa detecta excesso de agrotóxicos em alimentos ultraprocessados
O produto com maior teor de agrotóxico é o frango empanado da empresa Seara (JBS) com 5 substâncias diferentes, incluindo o glifosato
Yanne Vieira
Foto: Ilustrativa

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IBDC) investigou a presença de agrotóxicos em 24 produtos ultraprocessados derivados de carne e leite, destes, 14 itens possuem as substâncias, incluindo todas as categorias de produtos de carne.

O produto com maior teor de agrotóxico é o frango empanado da empresa Seara (JBS) com 5 substâncias diferentes, incluindo o glifosato, considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em segundo lugar, a pesquisa aponta o requeijão Vigor, requeijão Itambé e o empanado de frango da Perdigão, com 2 agrotóxicos cada.

Em relação às bebidas lácteas, as marcas Nescau (Nestlé), (Toddy) Pepsico e PiraKids (Laticínios Bela Vista) não apresentaram resíduos de agrotóxicos, assim como às marcas de iogurte ultraprocessados Activia (Danone), Nestlé (Nestlé), Danone (Danone). Mas segundo o estudo, esse índice não pode confirmar se o produto é totalmente livre de agrotóxicos.

“É possível que o produto analisado tenha dado resultado negativo para a presença de resíduos nesse lote, mas que o resultado seja diferente para outros lotes”, aponta o relatório.

Na linguiça calabresa da Seara foram detectados resíduos de 1 agrotóxico, o glifosato, além do seu metabólito, o ácido aminometilfosfônico (AMPA), que é o principal derivado do glifosato, o que quer dizer que ele é resultado da quebra das moléculas da substância original. As mesmas substâncias também foram encontradas na mortadela da Perdigão (BRF) e na mortadela da Seara.

Já na salsicha, as marcas Perdigão (BRF) e Aurora (Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora) apresentaram resíduos de glifosato e seu metabólito AMPA. Em relação ao produto da Sadia foi detectado resíduo de glufosinato.

No hambúrguer de carne bovina, os resultados foram os mesmos nas marcas Sadia, Perdigão e Seara. Todos apresentaram glifosato e seu metabólito AMPA.

O IBDC alerta para o uso de personagens do mundo infantil para aumentar as vendas de produtos ultraprocessados, como é o caso do nugget da Turma da Mônica da Seara, “consideramos uma prática abusiva, porque corresponde a uma pressão consumista e que expõe precocemente as crianças à comunicação mercadológica”.

Em 2021, o primeiro volume da pesquisa analisou 27 produtos, divididos em 8 categorias entre alimentos e bebidas, destas 6 continham resíduos de agrotóxicos e todos os produtos analisados que tinham trigo como ingrediente continham as substâncias.

“Pacote do Veneno”

O Brasil já é considerado um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, mas tem caminhado a favor da aprovação do Projeto de Lei 6.299/2002, mais conhecido como “Pacote do Veneno”, que tornará mais fácil a aprovação de novas substâncias, inclusive as que são proibidas em outros países.

Impactos

Os agrotóxicos causam intoxicações agudas, sobretudo entre trabalhadores rurais. Segundo o Ministério da Saúde, de 2007 a 2014 foram notificados cerca de 68 mil casos de intoxicação por agrotóxicos no país, o que equivale a uma intoxicação por hora.

Além da contaminação dos solos e lençóis freáticos, os agrotóxicos ameaçam abelhas e outros polinizadores, o que pode afetar a biodiversidade.

 

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