Logotipo do movimento Crato Sem Fogo. Foto: Reprodução.
Diante do aumento de focos de queimadas na cidade do Crato, que só em 2025 registrou mais de 55 incêndios, surgiu a campanha ‘Crato Sem Fogo – Apague Essa Chama’. O movimento pretende unir órgãos responsáveis, escolas, instituições, influenciadores, comunidades, comerciantes, artistas, e sociedade civil no geral para ampliar a rede de informações sobre a situação que afeta a biodiversidade no município.
A iniciativa foi lançada pelo ambientalista e biólogo Márcio Holanda, que chegou a comparecer na Câmara de Vereadores do Crato na última terça-feira (25) para solicitar apoio à causa. No manifesto, é destacado que o objetivo do coletivo é reduzir ou zerar os incêndios até a chegada das chuvas e estender o movimento para os anos subsequentes com a meta de prevenir novas catástrofes ambientais.
“Não buscamos culpabilizar indivíduos, mas iluminar consciências. Queremos transformar atitudes, fortalecer a educação ambiental e promover uma nova cultura de prevenção, porque nenhuma estratégia é tão eficaz quanto impedir a primeira faísca”, diz trecho do documento.
Além da suspensão imediata de qualquer tipo de queima controlada agrícola ou de limpeza urbana enquanto durar o período crítico de estiagem, que está proibida até dia 30 de novembro, a campanha também solicita:
- Intensificação das ações de fiscalização, especialmente em áreas rurais, encostas e zonas de expansão urbana;
- Criação de um protocolo público de emergência para incêndios, envolvendo Prefeitura, brigadistas, órgãos ambientais e comunidade;
- Implementação de campanhas permanentes de educação ambiental, com foco na prevenção, manejo adequado dos resíduos e impactos do fogo;
- Responsabilização de quem provoca queimadas, com aplicação de multas, medidas reparatórias e comunicação transparente à população;
- Criação e fortalecimento de brigadas comunitárias, com equipamentos, treinamento e suporte institucional;
- Criação de um Comitê Permanente Crato Sem Fogo, articulando sociedade civil, movimentos e poder público;
- Proteção imediata das áreas vulneráveis da Floresta Nacional do Araripe;
- Apoio às comunidades que já sofrem com os impactos das queimadas, incluindo atendimento em saúde, reposição de perdas e suporte emergencial;
- Compromisso público das autoridades municipais e estaduais para assumir, junto à população, a meta de reduzir ou zerar os incêndios até a chegada das chuvas.
Denúncias
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima do Crato uma das maiores dificuldades no combate às queimadas é a ausência de provas para punir os responsáveis. Ao Portal Miséria/M1, a pasta já havia solicitado anteriormente, o apoio da população das denúncias, que podem ser realizadas através do número 153. Os trabalhos são realizados em parceria com a Guarda Civil e o Corpo de Bombeiros.
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