
Vereadores Capitão Vieira e Lukão - Fotos: Reprodução
Os vereadores Lukão (PSDB) e Capitão Vieira Neto (MDB) protagonizaram um bate-boca nesta terça-feira (29), durante sessão da Câmara de Juazeiro do Norte, ao discutirem a polêmica envolvendo a devolução de salários por parte de servidores municipais que recebem um salário mínimo. O impasse teve origem na decisão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que considerou inconstitucional um reajuste aprovado pela Casa em 2023.
A discussão começou após um pronunciamento de Lukão, que atribuiu a culpa tanto à Câmara quanto ao Executivo e classificou o episódio como uma “palhaçada”. A fala provocou reação imediata de Capitão Vieira, que presidia a Câmara quando o reajuste foi aprovado. O parlamentar defendeu a decisão tomada à época, dizendo que “a intenção era valorizar os servidores”.
Lukão respondeu: “Você pode gritar o tanto que quiser, pode berrar. Agora quem não tem culpa são os servidores”. Capitão reagiu: “Você quer fazer um teatro, rapaz”.
As galerias da Câmara estavam ocupadas por servidores municipais, que reagiram com vaias e aplausos, inflamando ainda mais os ânimos no plenário. Na sessão, os vereadores passaram a discutir a construção de uma medida para evitar que os servidores sejam penalizados com a devolução dos valores.
O debate ocorre após o prefeito Glêdson Bezerra afirmar, em transmissão ao vivo, que o reajuste aprovado pela Câmara em 2023 foi inconstitucional, criando um “baita problema” para o município. Segundo ele, os servidores que recebem um salário mínimo terão que devolver os valores recebidos com base na emenda — à época vetada por ele, mas derrubada pelos vereadores.
Mais cedo, o presidente do sindicato dos servidores, Marcelo Alves, também se posicionou. Em entrevista concedida na Câmara, classificou como “infeliz” a fala do prefeito e contestou a devolução, afirmando que a decisão judicial não cita a devolução dos valores. Ele ainda responsabilizou o próprio prefeito por ter levado a questão à Justiça.